Banco Master: aplicação de R$ 7 milhões buscava cumprir meta de ganhos, diz ex-gestor do Instituto de Previdência de Santo Antônio de Posse
Instituto de Santo Antônio de Posse encerra atividades com R$ 8,2 milhões em aplicação O ex-gestor do Instituto de Previdência Municipal (IPREM) de Santo A...
Instituto de Santo Antônio de Posse encerra atividades com R$ 8,2 milhões em aplicação O ex-gestor do Instituto de Previdência Municipal (IPREM) de Santo Antônio de Posse (SP), Hortêncio Neto, informou que o investimento no Banco Master foi realizado em 2024, durante sua gestão, para ajudar a cumprir metas de rentabilidade. A afirmação foi feita à equipe da EPTV, afiliada TV Globo, na manhã desta quarta-feira (19). O IPREM tem R$ 8,2 milhões aplicados em Letra Financeira do Banco Master, que teve liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central nesta terça-feira (18). Segundo o ex-gestor, na época que o investimento foi feito, o banco oferecia rendimento atrativo e a decisão seguiu todas as regras legais. De acordo com a atual diretora do IPREM, Alessandra Aparecida Vasco, o instituto tem cerca de R$ 130 milhões em investimentos, que a aplicação no banco representa aproximadamente 5% do total e que não há impacto imediato para os 380 aposentados e pensionistas vinculados ao instituto. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Contexto do caso O IPREM tem R$ 8,2 milhões aplicados em Letra Financeira do Banco Master, segundo dados do relatório analístico de investimentos de setembro deste ano, no Portal da Transparência do IPREM. O investimento inicial era de R$ 7 milhões. O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do conglomerado nesta terça, justificando a medida por “comprometimento da situação econômico-financeira” e “inobservância das normas bancárias”. 🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional. Como foi aprovada a aplicação Segundo Hortêncio Neto, o instituto fazia aplicações mensais e buscava as melhores opções do mercado. Ele destacou que 90% das aplicações eram em instituições sólidas, mas parte do recurso foi direcionada para o Master, que não tinha restrições ou investigações na época. O ex-gestor detalhou que, antes da aplicação, houve reuniões com o comitê financeiro (três membros) e assessoria de crédito e mercado. Depois, a proposta passou pelo conselho deliberativo, formado por sete membros, e foi aprovada por unanimidade. Em seguida, foi analisada pelo conselho fiscal, com três integrantes. A Procuradoria do Ministério Público de Contas de São Paulo (MPC-SP) fez um alerta, em abril deste ano, indicando o risco de que o patrimônio do instituto aplicado no Banco Master fosse afetado. A atual gestora confirmou que o IPREM recebeu o alerta, mas alegou que o investimento tinha um prazo de dez anos e, por isso, o valor não poderia ser resgatado. O que diz o instituto? Em comunicado oficial emitido nesta terça, o IPREM reforçou seu compromisso com transparência e boa gestão e informou que mantém rotinas de controle, governança e monitoramento de risco para preservar o patrimônio previdenciário dos servidores municipais. “O IPREM segue realizando acompanhamento constante da situação e reforça que qualquer informação adicional será divulgada assim que houver posicionamento oficial das autoridades responsáveis”, diz a nota. O comunicado também destaca que eventuais irregularidades serão apuradas pelos órgãos competentes, como Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Ministério Público e Poder Judiciário. Dono teria simulado venda do Banco Master para fugir do Brasil; veja o que PF apurou sobre fraudes bilionárias Jornal Nacional/ Reprodução VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região